Haddad confirma: novas medidas para o IOF serão anunciadas após reunião com líderes partidários

Haddad confirma novas medidas para o IOF serão anunciadas após reunião com líderes partidários

O governo federal está preparando alternativas as novas medidas para o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), mas o anúncio oficial dessas ações será feito somente após uma reunião com os líderes partidários do Congresso, marcada para o próximo domingo (8). A informação foi confirmada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista coletiva nesta sexta-feira.

Encontro entre Executivo e Congresso adia decisão

O adiamento do anúncio das medidas foi decidido após um almoço no Palácio da Alvorada com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

Segundo Haddad, o motivo principal para postergar o anúncio é o desejo dos líderes de Câmara e Senado de consultar o colégio de líderes antes de qualquer divulgação pública. Apesar da expectativa inicial de que as medidas fossem divulgadas ainda hoje, o entendimento foi que a decisão coletiva reforça o diálogo entre os Poderes e assegura respaldo político para as ações fiscais.

“Não vou antecipar as medidas por respeito aos líderes com quem terei reunião no domingo. Até lá, estamos preparando uma apresentação técnica com dados e gráficos de impacto para garantir compreensão clara”, explicou o ministro da Fazenda.

Participação de Alckmin e reforço de união institucional

A entrevista coletiva também contou com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), além de Motta e Alcolumbre. Os representantes do governo e do Congresso enfatizaram o clima de cooperação e responsabilidade institucional.

“Adiar o anúncio é um sinal de maturidade e compromisso com o interesse coletivo”, avaliou Alckmin, destacando que decisões estruturais não devem ser precipitadas.

O presidente do Senado reforçou a importância de harmonia entre os Poderes:

“Não interessa à população ver brigas entre Legislativo, Executivo ou Judiciário. O que interessa é resolver os problemas reais do Brasil”, afirmou Davi Alcolumbre.

IOF segue inalterado até novo posicionamento

Por enquanto, as alíquotas do IOF continuam conforme definidas no fim de maio, quando o governo anunciou o aumento do imposto em diversas operações, como compra de moeda estrangeira, gastos no exterior, operações de crédito e movimentações financeiras de empresas.

Objetivo era ampliar arrecadação

A meta do governo ao anunciar o aumento do IOF era incrementar a arrecadação em R$ 20,5 bilhões para 2025, e R$ 41 bilhões ao longo de 2026. No entanto, a reação negativa generalizada – tanto da sociedade quanto de diversos parlamentares – levou o Executivo a recuar em parte da medida já no dia seguinte.

Governo recua diante da reação

Na ocasião, o governo suspendeu o aumento para investimentos de pessoas físicas no exterior e transferências para fundos nacionais aplicados fora do Brasil. A resposta rápida à insatisfação popular indicou que o Planalto estava atento ao impacto político da medida, especialmente em um cenário de pressão por equilíbrio fiscal sem onerar ainda mais o contribuinte.

Bastidores: a construção de um novo plano econômico

Reunião estratégica com Lula

Durante a tarde de hoje, Haddad e os presidentes das Casas Legislativas se reuniram novamente com Lula, no Palácio da Alvorada, para discutir os detalhes das novas propostas que visam substituir o aumento do IOF. Segundo fontes próximas, a reunião foi marcada por uma tentativa clara de construir um consenso, sem recorrer a “gambiarras fiscais”, como definiu Hugo Motta anteriormente.

Haddad levou dois técnicos especializados – um da Fazenda e outro da Casa Civil – para apresentar os cálculos e simulações das alternativas disponíveis. O objetivo era mostrar que as novas propostas podem gerar arrecadação com impacto duradouro, sem comprometer a competitividade econômica ou penalizar o contribuinte.

Reforma ampla em debate

O ministro da Fazenda chegou a classificar a proposta como uma “reforma estrutural” e destacou que ela não deve ser vista apenas como uma solução emergencial para 2025, mas como parte de um planejamento mais amplo.

“Não é só uma correção de curto prazo. Estamos desenhando algo que terá efeito contínuo, estruturante”, afirmou Haddad.

Pressão no Congresso para derrubar o aumento das novas medidas para o IOF

Caso o governo não apresente uma solução viável e equilibrada, a tendência no Congresso é de que o decreto que aumentou o IOF seja revogado pelos próprios parlamentares. Hugo Motta já havia sinalizado esse movimento ao publicar nas redes sociais que há “insatisfação geral” entre os deputados.

“O clima é para derrubada do decreto do IOF na Câmara”, publicou Motta em sua conta no X (antigo Twitter), demonstrando a insatisfação tanto com o mérito da medida quanto com a forma como foi conduzida.

Necessidade de aprovação legislativa

Outro ponto importante mencionado por Haddad é que parte das medidas econômicas precisa de aprovação no Congresso, especialmente para que seja possível revogar o aumento do IOF por decreto. Ou seja, sem aval dos parlamentares, o governo não conseguirá implementar o novo pacote fiscal.

O papel da base aliada e os próximos passos

A reunião do próximo domingo será determinante para definir o rumo da política fiscal nos próximos meses. O governo aposta no diálogo com os partidos da base e até da oposição para alcançar um entendimento que viabilize a nova proposta sem desgaste político desnecessário.

Articulação com líderes é peça-chave

A ministra Gleisi Hoffmann tem sido uma das principais articuladoras nesse processo, atuando para manter coesa a base de apoio do governo no Legislativo. Seu papel será ainda mais importante no domingo, quando o colégio de líderes for consultado oficialmente sobre as propostas.

Enquanto isso, técnicos da Fazenda e da Casa Civil continuam trabalhando na formatação de uma apresentação robusta, com gráficos, simulações e comparativos, a fim de deixar claro os impactos da proposta tanto para as contas públicas quanto para a população.

Um novo modelo de arrecadação?

Embora o conteúdo exato das alternativas ainda esteja em sigilo, especialistas acreditam que o governo pode apostar em revisão de incentivos fiscais, mudanças em regimes especiais de tributação e medidas para combater sonegação, ao invés de elevar alíquotas diretamente.

Essas estratégias são vistas como mais sustentáveis do ponto de vista econômico e menos impopulares, o que facilitaria sua aceitação tanto na sociedade quanto no Congresso.

Considerações finais: equilíbrio fiscal sem aumentar imposto?

A atual situação revela o desafio do governo Lula: equilibrar as contas públicas sem aumentar a carga tributária direta sobre os cidadãos. A reação ao aumento do IOF foi um alerta claro, e a decisão de buscar consenso com os líderes partidários mostra que o Executivo está disposto a recuar e dialogar.

Por outro lado, o compromisso de Haddad com uma reforma estrutural e duradoura indica que o governo pretende ir além de medidas paliativas e buscar soluções que realmente reorganizem a estrutura fiscal do país.


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